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INFECÇÕES VIRAIS E BACTERIANAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

 A Constituição brasileira em seu artigo 5º diz que:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

    VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

 

Vamos abordar um tema que está diretamente relacionado aos comportamentos sexuais de modo geral, mas que além de ser um grande tabu, também envolvem muitos preconceitos e discriminações.


 
O que são Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST´S)?

São infecções causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.

Entre elas estão:

  • Herpes genital;
  • Cancro mole (cancroide)
  • HPV (Papiloma vírus humano)
  • Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
  • Donovanose
  • Gonorreia e infecção por Clamídia
  • Linfogranuloma venéreo (LGV)
  • Sífilis
  • Infecção pelo HIV
  • Tricomoníase

As IST´S podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C.

As IST´S aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes do corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, deve-se procurar o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual. E, quando indicado, avisar a (o) parceria (o) sexual.

O sexo anal com uma pessoa infectada pode resultar em gonorreia retal. Em geral, esta infecção não causa sintomas, mas pode tornar a evacuação dolorosa. Outros sintomas incluem constipação, coceira, sangramento e uma secreção saindo do reto. A área que rodeia o ânus fica vermelha e em carne viva, enquanto as fezes se cobrem de muco e pus. Quando o médico examina o reto com uma sonda (anuscópio), é possível distinguir muco e pus na parede do reto.

O sexo oral com uma pessoa infectada pode resultar em gonorreia na garganta (faringite gonocócica). Em geral, essas infecções não causam sintomas, mas a garganta pode doer.

Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte. 

Por isso, é importante fazer exames laboratoriais para verificar se houve contato com alguma pessoa que tenha IST, após ter relação sexual desprotegida – sem camisinha masculina ou feminina. 

Existe um mito que alega não haver transmissão de IST´S pelo sexo oral. Contudo, isso é um ledo engano. Então, quem acha que fazer sexo anal ou vaginal com preservativo e fazer sexo oral sem preservativo, te mantém totalmente livre de riscos, estão totalmente equivocados.

As mesmas pessoas que usam camisinha no sexo anal ou vaginal, deveriam usar no sexo oral. Contudo, isso é uma utopia, pois praticamente ninguém usa e ainda ingerem esperma do parceiro.

 No aplicativo de chat LGBTTQIA+ GRINDR (imagem abaixo), usuários buscam mamar e tomar leite (esperma).

Seria esse um hábito natural e saudável?



Vejamos alguns exemplos de IST que podem ser transmitidas inclusive pelo beijo.

1)    Gonorreia

A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae que infecta o revestimento da uretra, do colo do útero, do reto e da garganta ou das membranas que cobrem a parte frontal do olho (conjuntiva e córnea).


·       A gonorreia é geralmente transmitida pelo contato sexual.

·       As pessoas geralmente têm uma secreção saindo do pênis ou da vagina e podem precisar urinar com mais frequência e urgência.

·       Raramente, a gonorreia infecta as articulações, pele ou coração.

·       O exame microscópico, cultura, ou testes de DNA de uma amostra da secreção ou testes de DNA da urina podem detectar a infecção.

·       Antibióticos podem curar a infecção, mas resistência aos antibióticos usados para tratar a gonorreia está se tornando cada vez mais comum.

Sintomas da gonorreia

Geralmente, a gonorreia causa sintomas somente nos locais da infecção inicial. Em poucas pessoas, a infecção também pode espalhar-se pela corrente sanguínea a outras partes do corpo, especialmente para a pele, articulações ou ambas.

Alguns homens (cerca de 25%) manifestam muito poucos sintomas. Os sintomas começam dois a catorze dias após a infecção. Homens sentem um leve desconforto na uretra (o tubo que leva a urina da bexiga para fora do corpo). Esse desconforto é seguido, poucas horas depois, de dor leve a intensa ao urinar, uma secreção amarelo-esverdeada de pus proveniente do pênis e uma frequente urgência em urinar. O orifício na ponta do pênis pode ficar vermelho e inchar. As bactérias, por vezes, se espalham para o epidídimo (o tubo enrolado no alto de cada testículo), fazendo com que escroto inche e fique sensível ao toque.

Algumas mulheres (cerca de 10% a 20%) manifestam muito poucos ou nenhum sintoma. Assim, a gonorreia pode ser detectada somente durante os exames de rotina ou após o diagnóstico da infecção no parceiro do sexo masculino. Tipicamente, os sintomas não começam até pelo menos 10 dias após a infecção. Algumas mulheres apresentam somente um leve desconforto na área genital e uma secreção parecida com pus saindo da vagina. No entanto, outras mulheres têm sintomas mais graves, como uma necessidade frequente de urinar e dor ao urinar. Esses sintomas se desenvolvem quando a uretra também estiver infectada.

Tratamento da gonorreia

·        Os antibióticos ceftriaxona mais azitromicina

  •     Exames e tratamento de parceiros sexuais

Para pessoas com gonorreia, em geral, os médicos administram uma única injeção do antibiótico ceftriaxona no músculo, mais uma dose única de azitromicina para tomar por via oral. Embora a ceftriaxona cure a maioria das pessoas nos Estados Unidos, a azitromicina é administrada com ceftriaxona, pois esses medicamentos podem ajudar a impedir que os gonococos se tornem resistentes ao tratamento. Além disso, a azitromicina mata clamídias, que frequentemente estão presentes em pessoas com gonorreia.

Se a gonorreia tiver se disseminado pela corrente sanguínea, as pessoas serão geralmente tratadas no hospital e receberão antibióticos por via intravenosa ou por injeção em um músculo.

Se os sintomas reaparecerem ou persistirem após o tratamento, os médicos podem obter amostras para cultura para determinar se a pessoa está curada e podem fazer testes para determinar se os gonococos são resistentes aos antibióticos usados.

As pessoas com gonorreia devem se abster de atividade sexual até o tratamento estar concluído para evitar infectar os parceiros sexuais.


2)    HPV (Papiloma vírus humano)

O papilomavírus humano (HPV) causa verrugas. Alguns tipos de HPV causam verrugas cutâneas, outros tipos causam verrugas genitais (protuberâncias ao redor da vagina, do pênis ou do reto).

 Verrugas genitais - infecção por HPV

Qual a porcentagem de mulheres nos Estados Unidos que foram infectadas pelo papilomavírus humano (HPV) pelo menos uma vez até os 50 anos de idade?

Condilomas

Verrugas são pequenas lesões cutâneas causadas por um vírus chamado papilomavírus humano (HPV). Há muitos tipos diferentes de HPV. As verrugas podem crescer em qualquer parte da pele, e elas podem ser transmitidas a outras pessoas.

  •     As verrugas podem ser salientes ou planas
  •      Podem aparecer na pele exposta ou nos genitais
  •        As verrugas ocorrem em pessoas de todas as idades, mas são especialmente comuns em crianças
  •       A maioria das verrugas é inofensiva, mas certos tipos de verrugas genitais podem causar câncer
  • Quando a verruga não desaparece sozinha, o médico pode removê-la com substâncias químicas, congelamento, cauterização ou corte
  • Vacinas podem prevenir a infecção por certos tipos de HPV, particularmente os tipos que também podem causar câncer.

3)    O que é Candidíase genital?

 A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans na região genital, que causa sintomas como coceira intensa, vermelhidão e corrimento esbranquiçado.

Embora a candidíase seja mais frequente em mulheres, também pode se desenvolver em homens, surgindo quando a Candida se consegue multiplicar em excesso na região genital. Isso é mais comum quando o sistema imune está enfraquecido ou por alguma alteração hormonal.

O tratamento da candidíase deve ser orientado por um ginecologista, no caso da mulher, ou um urologista, no caso do homem, mas geralmente inclui o uso de pomadas ou remédios que eliminam o excesso de fungo, ajudando a aliviar os sintomas.

Sintomas de candidíase genital

Os principais sintomas de candidíase genital são:

  • Coceira intensa;
  • Inchaço na região genital;
  • Dor e vermelhidão local;
  • Sensação de ardor genital;
  • Dor ou desconforto ao urinar;
  • Corrimento vaginal branco, no caso de mulheres;
  • Dor ou ardência durante o contato íntimo.

Além disso, em homens pode surgir sintomas como placas vermelhas ou esbranquiçadas no pênis ou ressecamento da pele. Veja outros sintomas de candidíase masculina

Como é feito o tratamento

A candidíase genital pode afetar tanto o homem como a mulher mas seu tratamento é semelhante e feito com pomadas antifúngicas em ambos os casos, como Candicort ou Fluconazol, que devem ser aplicadas 2 a 3 vezes por dia entre 3 até 14 dias de acordo com a indicação do médico. É ainda recomendado:

  • Usar roupa íntima de algodão, pois permitem que a pele respire;
  • Lavar a região genital somente com água e sabonete neutro ou sabonete próprio para a região;
  • Dormir sem roupa íntima, sempre que possível;
  • Evitar absorventes internos;
  • Evitar ter contacto intimo desprotegido durante o tempo de tratamento.

Estas recomendações ajudam a acelerar o tratamento, no entanto, também se pode proceder à lavagem dos órgãos genitais com chá de folhas de barbatimão ou outro remédio caseiro para completar o tratamento. Veja alguns exemplos de remédios caseiros para candidíase.

4)    Sífilis

O que é a Sífilis? A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).

Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.

 

A infecção por sífilis pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto, como também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é fundamental.

Em formas mais graves da doença, como no caso da sífilis terciária, se não houver o tratamento adequado pode causar complicações graves como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte. 

Quais são os sinais e sintomas?

Os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em:

Sífilis primária

  • Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”;
  • Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha;
  • Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

Sífilis secundária

  • Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial;
  • Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias;
  • Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo;
  • As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura;

Sífilis latente – fase assintomática

  • Não aparecem sinais ou sintomas;

É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção).

  • A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária

  • Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção;
  • Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso é importante se proteger, fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta.

Tratamento

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência.

Esta é, até o momento, a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da doença.

Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê.

A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante. São critérios de tratamento adequado à gestante:

  • Administração de penicilina benzatina;
  • Início do tratamento até 30 dias antes do parto;
  • Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis;
  • Respeito ao intervalo recomendado das doses.


5)   HIV/Aids

A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Os pacientes soropositivos, que têm ou não AIDS, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

 HIV

O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns, como por exemplo:

  • período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença;
  • infecção das células do sangue e do sistema nervoso;
  • supressão do sistema imune.

O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns, como por exemplo:

  • período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença;
  • infecção das células do sangue e do sistema nervoso;
  • supressão do sistema imune.

Ter HIV não é o mesmo que ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.

O que é janela imunológica?

 Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias. Porém, esse período pode variar, dependendo da reação do organismo do indivíduo frente à infecção e do tipo do teste (método utilizado e sensibilidade).

Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada. Dessa forma, recomenda-se que, nos casos de testes com resultados não reagentes em que permaneça a suspeita de infecção pelo HIV, a testagem seja repetida após 30 dias com a coleta de uma nova amostra.

É importante ressaltar que, no período de janela imunológica, o vírus do HIV já pode ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos anti-HIV for não reagente.

Como ocorre a transmissão da AIDS / HIV?

 A transmissão do HIV e, por consequência da AIDS, acontece das seguintes formas:

  • Sexo vaginal sem camisinha.
  • Sexo anal sem camisinha.
  • Sexo oral sem camisinha.
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa.
  • Transfusão de sangue contaminado.
  • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação.
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Condutas que não transmitem a Aids

 É importante quebrar mitos e tabus, esclarecendo que a pessoa infectada com HIV ou que já tenha manifestado a AIDS não transmitem a doença das seguintes formas:

  • Sexo, desde que se use corretamente a camisinha.
  • Masturbação a dois.
  • Beijo no rosto ou na boca.
  • Suor e lágrima.
  • Picada de inseto.
  • Aperto de mão ou abraço.
  • Sabonete/toalha/lençóis.
  • Talheres/copos.
  • Assento de ônibus.
  • Piscina.
  • Banheiro.
  • Doação de sangue (desde que não seja HIV+).
  • Pelo ar.

Como é feito o diagnóstico?

 Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito em qualidade de vida.

Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste anti-HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).

Quais são os sintomas?

 Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.

A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.

Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, procure uma unidade de saúde imediatamente, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e faça o teste.

Tratamento

 Nos últimos anos, foram obtidos grandes avanços no conhecimento da patogênese da infecção pelo HIV e várias drogas anti-retrovirais em uso combinado, chamado de “coquetel”, se mostram eficazes na elevação da contagem de linfócitos T CD4+ e redução nos títulos plasmáticos de RNA do HIV (carga viral), diminuindo a progressão da doença e levando a uma redução da incidência das complicações oportunísticas, uma redução da mortalidade, uma maior sobrevida, bem como a uma significativa melhora na qualidade de vida dos indivíduos.

A partir de 1995, o tratamento com monoterapia foi abandonado, passando a ser recomendação, do Ministério da Saúde, a utilização de terapia combinada com 2 ou mais drogas antiretrovirais. São numerosas as possibilidades de squemas terapêuticos indicados pela Coordenação Nacional de DST e AIDS, que variam, em adultos e crianças, com curso ou não de doenças oportunísticas, com tamanho da carga viral e dosagem de CD4+.

Por esse motivo, recomenda-se a leitura do “Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em Crianças Infectadas pelo HIV-2004” e do “Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV-2004”, ambos distribuídos pelo Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais de Saúde para instituições que manejam esses pacientes. Não menos importante é enfatizar que o Brasil é um dos poucos países que financia integralmente a assistência ao paciente com aids, com uma estimativa de gastos, de 2% do orçamento nacional.

Fontes: 

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/doen%C3%A7as-sexualmente-transmiss%C3%ADveis-dsts/gonorreia

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/SearchResults?query=hpv

https://www.tuasaude.com/candidiase/

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis

https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/HIVAids


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Ney F. S. Silva
(Teólogo e conselheiro sexual)



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