Postado originalmente em: 1 de março de 2013
A Constituição brasileira em seu artigo 5º diz que:
Art. 5º Todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além daindenização por dano material, moral ou à imagem;
VIII - ninguém será
privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei.
Sobre as terapias reparativas
ESCRITO
POR LUCIANO GARRIDO | 28 FEVEREIRO 2013
ARTIGOS
– CIÊNCIA
Não
há qualquer estudo sério que invalide as terapias reparativas. O que há, sim, é
muita pressão política, terrorismo intelectual, intimidação e cerceamento de
liberdades.
Muito
do que se diz contra a chamada “terapia reparativa”, aquela em que homossexuais
buscam apoio especializado para largar a atração pelo mesmo sexo, não passa de
puro preconceito. Não existindo consenso científico sobre as prováveis causas
do homossexualismo, quem quer que declare a priori a impossibilidade de uma
reorientação das tendências sexuais estará emitindo apenas um palpite – e, na
verdade, um palpite contra todos os indícios.
Não
são poucos os casos de gays e travestis que, abandonando suas práticas
homossexuais, passaram a viver uma heterossexualidade plena e ajustada dentro
de uma família estável. Mesmo que se alegue que tais mudanças, em grande parte,
ocorreram no contexto de uma crença religiosa, com o apoio espiritual de
sacerdotes ou pastores, eis aí um dado de realidade com o qual os estudiosos do
comportamento humano precisam se haver. Varrer fatos para debaixo do tapete,
definitivamente, não é uma fórmula de sucesso para pesquisadores sérios.
Joide Miranda, ex-travesti em Milão, Itália, hoje com sua esposa, Edna, e seu filho. |
Deixando
de lado as hipóteses de intervenção miraculosa pelo poder da fé, que não
costumam ser bem aceitas no meio intelectual e acadêmico, o que se espera dos
psicólogos é que elaborem explicações científicas para as mudanças de
orientação sexual relatadas, ao invés tentarem reduzir o debate a um plano
político e ideológico, como fazem alguns pseudo-psicólogos do Conselho Federal
de Psicologia. Se a ignorância não é uma boa conselheira na tomada de posição
sobre certo assunto, tampouco o são os preconceitos ideológicos. Preconceitos
por preconceitos, cada qual que fique com o seu.
Levantar
suspeitas sobre a eficácia das terapias que propõem a reversão de tendências
homossexuais tem sido também um recurso bastante usual entre ativistas. Embora
eu não acredite que seja esse o caso das terapias reparativas, é preciso
reconhecer que, quando o assunto é eficácia, muitas são as abordagens
psicoterápicas passíveis de questionamento, sem que isso, porém, tenha
justificado a adoção de medidas drásticas.
Um bom profissional sabe que nem
todo método terapêutico obtém resultado satisfatório para todos os clientes e
(ou) para todos os tipos de queixa. Portanto, se é verdade que um psicólogo não
pode prometer mudança total e definitiva na orientação sexual de ninguém, isso
se aplica igualmente a toda e qualquer demanda que lhe chega ao consultório. E
aqui cabe um esclarecimento.
Diferentemente
da medicina, em que o indivíduo, como regra, se submete de maneira passiva ao
tratamento prescrito (daí chamar-se “paciente”), a psicoterapia requer, além do
mero consentimento, uma atitude inteiramente proativa por parte do cliente. Sem
um ato de vontade que implique, entre outras coisas, esforço, disponibilidade,
colaboração e perseverança, e mais: sem atributos cognitivos que proporcionem
uma capacidade mínima de elaboração e auto percepção, torna-se praticamente
impossível estabelecer um processo terapêutico que atinja resultados tangíveis
para o cliente. Por tudo isso, os psicólogos não podem prometer, sob hipótese
alguma, cura de psicopatologias ou transformações espetaculares da
personalidade. Quando muito, é possível alimentar certas expectativas, e isso é
tudo.
Apesar
das terapias reparativas serem práticas clínicas relativamente novas, seus
fundamentos teóricos estão assentados sobre uma longa tradição de base
analítica. O próprio método psicanalítico do dr. Freud, que é considerado a
matriz de quase todas as técnicas psicoterápicas que lhe sucederam, foi
concebido teoricamente a partir de uma prática clínica inovadora e
experimental, à margem dos centros acadêmicos de pesquisa, e cujo
desenvolvimento se deu de forma bem paulatina, partindo da hipnose clássica até
o atual método da associação-livre.
Portanto,
não existem na praça psicoterapias que tenham surgido já prontas e acabadas.
Aliás, no decurso evolutivo do que chamamos de Psicologia Clínica, inúmeras
foram as tentativas frustradas e diversos os erros cometidos. Não obstante,
sempre existiu por parte dos profissionais pioneiros a convicção de que todo
esforço empreendido para tornar a existência humana menos sofrida e desajustada
deve ser acalentado, desde que não se perca de vista o respeito à integridade
física e moral do ser humano.
Sendo
assim, para que uma prática terapêutica seja considerada eticamente condenável,
é preciso atender pelo menos uma das três condições a seguir: (i) ausência
completa de fundamentação teórica, (ii) utilização de métodos e técnicas que
atentam contra a dignidade humana e (iii) incidência de efeitos iatrogênicos
estatisticamente relevantes. Até o momento, não há qualquer estudo sério que,
sob tais aspectos, invalide as terapias reparativas. O que há, sim, é muita
pressão política, terrorismo intelectual, intimidação e cerceamento de
liberdades.
É
comum entre os ativistas gays a alegação de que as terapias para reorientação
sexual violam direitos humanos, uma vez que, segundo eles, reduziriam a
autoestima dos homossexuais e contribuiriam para sua estigmatização social.
Mas, se esse argumento for levado realmente a sério, nada mais poderá ser
tratado pelos psicólogos clínicos. O tratamento da fobia estigmatizaria o
fóbico, o tratamento da timidez, o tímido, da ansiedade, o ansioso, da
obesidade, o obeso, da depressão, o deprimido, do autismo, o autista, e por ai
vai, até que todos os consultórios fossem fechados e restasse apenas o Conselho
Federal de Psicologia lá em Brasília, fazendo da política a sua razão de
ser.
Na
verdade, por trás das opiniões contrárias às terapias reparativas há um
equívoco bastante difundido, que é o de considerar a homossexualidade como um
fenômeno único, de características uniformes, a partir das quais seriam possíveis
as generalizações. O que se observa no mundo real, entretanto, é uma
multiplicidade de formas de sentir, entender e manifestar a homossexualidade, e
não raras vezes ela está atrelada a uma constelação de traumas psíquicos e
conflitos emocionais cuja origem remonta a fases primitivas do desenvolvimento.
Estamos falando de uma homossexualidade neurótica em que a atração pelo mesmo
sexo, em última análise, revela-se como um dos sintomas de desordens variadas
na identidade de gênero.
Bem
sei que esse aspecto multifacetado da homossexualidade tem sido
sistematicamente omitido pelos propagandistas do movimento gay. Eles já
perceberam que a melhor maneira de reunir pessoas em torno de uma bandeira
política é forjando-lhes uma identidade fictícia, mesmo que em sacrifício da
diversidade que tanto pregam.
Luciano
Garrido é psicólogo e especialista em direitos humanos. Edita o blog Psicologia
Sem Ideologia.
Fonte:
ADHT – Defesa Hétero
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Perguntas: Envie-nos um e-mail: sexualidadenatural@gmail.com
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Ney F. S. Silva
(Teólogo e Orientador sexual)
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